quarta-feira, 19 de março de 2014

Paralisia Cerebral e Fisioterapia

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A paralisia cerebral (PC) é definida como “um distúrbio permanente, embora não invariável, do movimento e da postura, devido a defeito ou lesão não progressiva do cérebro no começo da vida.” É caracterizada por uma alteração dos movimentos controlados ou posturais dos pacientes, aparecendo cedo, sendo  secundária a uma lesão, danificação ou disfunção do sistema nervoso central (SNC) e não é reconhecido como resultado de uma doença cerebral progressiva ou degenerativa. O evento lesivo pode ocorrer no período pré, peri ou pósnatal.

Os pacientes com PC devem ser tratados por uma equipe multidisciplinar, na qual o principal enfoque terapêutico é, sem dúvida, o fisioterápico e, nestes casos, diferentes métodos utilizados em fisioterapia são empregados de acordo com o quadro clínico. Dentre eles, utilizam- se, principalmente, três métodos: o de Bobath, que se baseia na inibição dos reflexos primitivos e dos padrões patológicos de  ovimentos; o de Phelps, que se baseia na habilitação por etapas, dos grupos musculares, até chegar à independência motora e a praxias complexas e o de Kabat, que se baseia na utilização de estímulos proprioceptivos facilitadores das respostas motoras, partindo de respostas reflexas, e chegando à motricidade voluntária.

A fisioterapia tem como objetivo principal a inibição da atividade reflexa anormal para normalizar o tônus muscular e facilitar o movimento normal, com isso haverá uma melhora da força, da flexibilidade, da amplitude de movimento (ADM), dos padrões de movimento e, em geral, das capacidades motoras básicas para a mobilidade funcional. As metas de um programa de reabilitação são reduzir a incapacidade e otimizar a função. 

A interação fisioterapeuta/família deve estar bem estabelecida para que ocorra a troca de informações pertinentes para a definição dos objetivos funcionais possíveis na realidade motora cognitiva e social em que a criança se encontra, contribuindo, assim, para a superação de dificuldades vivenciadas diariamente no
relacionamento dessa família com a criança. Contudo, esta interação só se torna possível mediante a existência de confiança entre os envolvidos nesse processo. Por esse motivo é importante que desde o início do trabalho com a criança, o terapeuta converse com a família para reconhecer suas dificuldades e seus anseios.

A atuação conjunta profissional e família, resulta em benefícios fundamentais para o desenvolvimento da criança no que concerne ao seu potencial de crescimento e desenvolvimento global. Neste âmbito, é relevante ressaltar que os fatores psicoafetivos e um ambiente familiar estimulante dão suporte para todo
o processo de reabilitação, pois é inegável o fato de que a quantidade e qualidade de estímulos recebidos pela criança em casa são insubstituíveis.

Fontes:
-Participação da Família no Trabalho Fisioterapêutico em Crianças com Paralisia Cerebral. Sari FL, Marcon SS, Rev Bras Crescimento Desenvolvimento Hum,  2008.
-Paralisia cerebral: Aspectos Fisioterapêuticos e Clínicos. Leite JMRS, Prado GF, Neurociências, 2004.



domingo, 9 de março de 2014

Fisioterapia e prematuridade

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A fisioterapia é comum para aqueles que se recuperam de lesões traumáticas ou esportivas, mas agora a prática está sendo usado para ajudar no desenvolvimento de prematuros. Os bebês que nascem prematuramente estão recebendo ajuda para se recuperar depois de perder algum importante desenvolvimento no útero.

A fisioterapia para prematuros está sendo usado pela fisioterapeuta Elizabeth Negro no Hospital da Universidade do Colorado.
“Conseguir que eles sejam calmos, relaxados, reduzir o estresse, todas essas coisas ajudam a promover o crescimento”, disse Black.

Poppy Brown tinha 12 dias de idade na terça-feira. Ela nasceu seis semanas antes e pesava apenas 1,630 kg em sua última pesagem. Ela está hospedada na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal no Hospital da Universidade de Colorado.

A mãe de Poppy, Stacy Fairbanks, está aprendendo a como cuidadosamente incentivar o desenvolvimento de Poppy.
“Queremos vê-la se preparando para comer, não para ser dependente de suas trompas”, disse Black. 

Os bebês prematuros não estão apenas abaixo do peso, eles nascem antes que o desenvolvimento físico fundamental seja concluído no útero.“ No ventre eles estão constantemente se movendo ao redor, eles estão explorando os seus próprios corpos, eles estão empurrando para fora a caixa torácica da sua mãe ou a bexiga e tudo isso desenvolve a força, desenvolve um senso de seus próprios corpos e espaço. Isso desenvolve os ossos “, disse Black.

Nos últimos 45 anos, no Hospital da Universidade de Colorado, terapeutas foram empurrando seus menores pacientes para ajudar a desenvolver o tônus ​​muscular ao flexionar as pernas e mover a cabeça, tanto quanto o bebê faria no útero. Eles combinam isso com uma calma muito necessária.

“Se há um jeito para podermos diminuir seu risco ou fazer com que ela tenha menos desafios do que outros prematuros, então eu estou feliz em fazer esse trabalho agora”, disse Fairbanks.

Pode ser o toque mágico que dará a Poppy o melhor começo possível.
A esperança é que a terapia ajude os prematuros a alcançar a completar as metas de desenvolvimento, tais como rolar, engatinhar e sentar-se.

Texto retirado do site: Prematuridade.com

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Fisioterapia respiratória nas crianças com bronquiolite

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A bronquiolite é uma infecção respiratória aguda que comumente acomete pacientes pediátricos. Geralmente
é de etiologia viral (vírus sincicial respiratório -VRS), compromete as vias aéreas de pequeno calibre (bronquíolos), causa processo inflamatório agudo que cursa com acometimento respiratório do tipo obstrutivo com diversos níveis de gravidade causando taquipnéia, desconforto respiratório, broncoespasmos
e aumento da produção de secreção pulmonar

Acomete crianças com idade inferior a dois anos e leva a um quadro respiratório do tipo obstrutivo com graus variáveis de intensidade. Esta doença ocorre na maioria dos países nos meses de inverno, e no Brasil, principalmente na cidade de São Paulo, é observada nos meses de abril a agosto.

A mortalidade das crianças hospitalizadas por VRS varia em torno de 1% naquelas previamente
hígidas e 3,5% nas crianças com história prévia de problemas cardíacos, displasia broncopulmonar e prematuridade, que são consideradas de alto risco para esta infecção. A infecção pelo VRS não confere imunidade, com possibilidade de reinfecção freqüente.

Os sintomas e a gravidade dos pacientes com esta doença são variáveis, desde leves, moderados ou graves. Quando a infecção acomete recém nascidos prematuros com displasia broncopulmonar e/ou cardiopatias, as condições são geralmente graves, com necessidade de internação em unidade de cuidados intensivos.

A fisioterapia respiratória em pediatria é estudada desde a década de 1970, quando uma revisão de Mellins em uma revisão, relatou e mostrou, que os principais objetivos seriam aumentar a remoção de secreções e melhorar a função pulmonar por reverter áreas de colapsos, através da drenagem postural, percussão torácica e vibração/ vibrocompressão, como por exemplo, em casos de doenças obstrutivas (como asma e fibrose cística), atelectasias, pneumonias ou fraqueza muscular com tosse ineficaz, além de seu emprego
em recém-nascidos prematuros que permanecem por períodos longos na ventilação mecânica.

Os recursos utilizados para aplicação da fisioterapia na faixa etária pediátrica, inicialmente foram inicialmente
adaptados uma adaptação dos métodos utilizados em pacientes adultos, como a tapotagem, vibrocompressão e drenagem postural. No decorrer dos anos surgiram técnicas especificas apropriadas para cada faixa etária, condizentes com as diferenças anátomo-fisiológicas. Dentre elas destacam-se o aumento do fluxo expiratório (AFE) e a expiração lenta prolongada (ELPr) para o uso em lactentes.

Hoje alguns estudos mostram que a utilização de técnicas de fisioterapia respiratória como a  vibrocompressão ou tapotagem, associadas à drenagem postural em lactentes hospitalizados por bronquiolite, pode determinar a redução do desconforto respiratório, maior eliminação de secreção e melhora da ausculta pulmonar.


Fontes:
-Fisioterapia respiratória nas crianças com bronquiolite viral aguda: visão crítica, Mucciollo et al., Pediatria (São Paulo) 2008.
-Fisioterapia respiratória em lactentes com bronquiolite: realizar ou não?, Lanza et al., O Mundo da Saúde São Paulo: 2008.

 

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